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Preparo de remédios caseiros foi tema de capacitação do SENAR-MS no Sindicato Rural de Paranaíba

Por: 
Silvana Machado
06/05/2019

Com origem no conhecimento popular, a fitoterapia é uma das práticas mais antigas da humanidade. Para aproveitar as propriedades terapêuticas das plantas da região, o SENAR/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul ofereceu capacitação em Preparo de Remédios Caseiros, de 15 a 18 de abril, em Paranaiba. A  instrutora do SENAR/MS, Sonia Souza Alves, explica que o objetivo do curso é identificar as plantas medicinais e suas funções para, em seguida, fazer a manipulação de remédios. “Além de melhorar a qualidade de vida, é uma forma de contenção de despesas. Muitos remédios vendidos nas farmácias são caros e aquele dinheiro vai fazer falta”, comenta. A especialização no uso dessas plantas por meio da ciência fez com que a popularização da fitoterapia aumentasse. Hoje, muitos medicamentos no mercado farmacêutico já utilizam em seus rótulos o termo “produto natural” e prometem maior eficácia terapêutica e ausência de efeitos colaterais.

 

 

No curso, são ensinadas técnicas para a produção de xaropes para tosse, pomadas cicatrizantes, tinturas calmantes, comprimidos contra vermes intestinais, xampus anticaspa e contra queda de cabelo, sabonetes, entre outros. “Não são apenas remédios para cura de alguma doença ou mal estar, há também os preventivos e que ajudam a melhorar a saúde e a imunidade. É para evitar que essas pessoas precisem dos remédios alopáticos, que são os remédios industrializados”, destaca a instrutora. A variedade de plantas utilizadas na manipulação dos remédios é grande, indo desde as mais conhecidas, como boldo, alecrim e hortelã, até guaco e assa-peixe. “As plantas que utilizamos dependem da região onde o curso está sendo ministrado. Mas as mais comuns são boldo, terramicina, capim-cidreira, carqueja. Também trabalhamos com cascas de algumas árvores do cerrado, como jatobá e ipê roxo”, detalhou a instrutora.

 

 

A produção de remédios caseiros é simples. Para o preparo de um vidro de xarope expectorante, por exemplo, a instrutora explica o que é necessário. “Podemos utilizar agrião, poejo, alfavaca, folha de laranja. A mistura pode ser feita com até sete ervas, segundo recomendações da vigilância sanitária. Fazemos o chá das ervas, misturamos em uma calda de açúcar mascavo e depois acrescentamos mel e extrato de própolis, que é conservante”. Sonia também ressalta que a validade de cada produto depende do que foi utilizado em seu preparo. Apesar das inúmeras vantagens, o uso de plantas medicinais não é isento de riscos. As plantas podem conter substâncias tóxicas e/ou alergênicas, podem estar contaminadas ou até mesmo interagir com outras medicações, causando danos à saúde. Por isso, a identificação e a dosagem correta das plantas manipuladas são essenciais. “Não é porque é natural que não pode fazer mal à saúde. O importante é saber como as plantas serão utilizadas e a dosagem correta na manipulação, além dos cuidados básicos com a higiene”, salienta Sonia. A dosagem no consumo também deve ter atenção. Todo princípio ativo terapêutico é benéfico se utilizado na quantidade recomendada.