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Governo orienta frigoríficos a fazer 'busca ativa' por casos de Covid-19 e a afastar trabalhadores com sintomas

Manual com 72 orientações foi elaborado com o objetivo de conter a disseminação do novo coronavírus no ambiente de trabalho. Na linha de produção, orientação é colocar barreiras físicas.
Por: 
G1
13/05/2020

O Ministério da Agricultura divulgou no dia 11 um manual para orientar os frigoríficos do país a atuarem diante da pandemia do novo coronavírus. Entre as medidas propostas estão o monitoramento todos os casos de Covid-19 entre seus trabalhadores e o afastamento, por pelo menos 14 dias, daqueles que apresentarem sintomas da doença.O manual conta com 72 orientações. As medidas foram elaboradas conjuntamente, pelos ministérios da Economia, Agricultura e Saúde na última quinta-feira (7). A íntegra do manual pode ser acessada no site do Ministério da Agricultura.

 

Na sexta-feira (8), o G1 mostrou que mais de 60 frigoríficos em 11 estados do país estão na mira do Ministério Público do Trabalho (MPT) por conta do combate à pandemia do novo coronavírus. Nos Estados Unidos, os frigoríficos se tornaram um dos focos da doença.Considerado serviço essencial, o setor de carnes não parou as atividades em meio às medidas de isolamento social impostas por estados e municípios e costuma ter aglomeração de pessoas na linha de produção. Com isso, há a preocupação de que a Covid-19 possa se espalhar entre esses profissionais.O documento orienta os frigoríficos a fazerem uma “busca ativa” de casos da Covid-19 entre os trabalhadores, mas não sugere que a empresa seja responsável por promover a testagem de seus funcionários. Orienta ainda que, além de afastar quem apresentar os sintomas da doença, identificar todos os trabalhadores com quem a vítima teve contato para monitorar o contágio.

 

Além disso, o documento recomenda que os trabalhadores sejam informados sobre eventuais afastamentos de colegas. Também orienta que, no caso de contaminação de parentes próximos, o funcionário deverá ficar afastado das atividades por 14 dias, desde que apresente documentos que comprovem a situação.As orientações do governo incluem, também, uma série de medidas que as empresas devem adorar para o transporte de trabalhadores e enfatiza a necessidade de uso obrigatório das máscaras de proteção facial no ambiente de trabalho.Na linha de produção das fábricas, o documento orienta que um distanciamento de dois metros entre trabalhadores e que sejam instaladas barreiras físicas de materiais impermeáveis.A continuidade da produção de alimentos foi um pedido do Ministério da Agricultura ao governo para que o abastecimento do país não fosse comprometido, bem como as exportações do setor, que trazem bilhões de dólares para o país.

 

Covid-19 em frigoríficos do país

A situação mais grave registrada até agora é no Rio Grande do Sul. Cerca de 16.345 pessoas que trabalham nessas instalações foram potencialmente expostas ao vírus, de acordo com o governo estadual.Entre as cinco cidades com mais casos de coronavírus no estado, três têm frigoríficos: Marau, Lajeado e Passo Fundo – esta última lidera o número de mortes no Rio Grande do Sul junto com Porto Alegre.Há pelo menos 120 casos confirmados da doença entre funcionários de frigoríficos do estado, sendo que ao menos uma pessoa morreu em decorrência da Covid-19, segundo a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul.Também foram registrados aos menos seis "óbitos secundários" relacionados aos funcionários dos frigoríficos, ou seja, mortes de pessoas que tiveram contato domiciliar com os trabalhadores.