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Crédito: CMN autoriza cadastro de agentes

Medida permite que instituições financeiras ofereçam crédito rural por meio de agentes independentes
Por: 
Conteúdo Estadao
25/02/2018

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou medida que autoriza instituições financeiras a oferecerem crédito rural através de agentes independentes. Segundo o CMN, a medida visa garantir melhor distribuição de recursos e adoção de procedimentos mais eficientes e seguros na concessão de financiamento ao campo. Em nota, o CMN explica que o funcionamento do crédito rural lançado em 1965 "se mostrou há mais de cinco décadas como um excelente instrumento de alavancagem do desenvolvimento do agronegócio brasileiro". A evolução comercial e tecnológica, porém, "impõe ser necessário ajustar os processos operacionais da contração e condução dessa modalidade de crédito". Essa mudança, defende o CMN, tem como objetivo ampliar o alcance da oferta de crédito com aumento da capilaridade e redução do custo dos agentes financeiros.

 

A autorização dada à oferta de crédito rural através de agentes independentes também deverá ampliar a concorrência no mercado. "É de esperar que agentes sejam empresas de implementos e defensores agrícolas e sindicatos rurais, entre outros, antes ou depois da cadeia", disse o secretário-adjunto de política agrícola e meio ambiente do Ministério da Fazenda, Ivandré Montiel. O técnico explicou que a medida tenta facilitar a oferta de crédito ao campo, especialmente em praças com menor acesso à rede bancária. Por isso, o CMN aprovou a medida que permitirá a empresas e até pessoas físicas a oferecer, em nome de uma instituição financeira - banco ou cooperativa - o crédito ao produtor rural.

 

"Com agentes, a expectativa é que mais bancos atuem no segmento de crédito rural. A medida deve atrair bancos que não atuavam por não ter rede de atendimento", disse o técnico. Atualmente, bancos sem rede de atendimento robusta costumam repassar recursos para bancos com mais capilaridade em uma operação prevista pela legislação. "Isso potencializa o crédito e aumenta a concorrência", disse. O técnico citou que o novo sistema será parecido com o de agentes de crédito habitacional que trabalham em conjunto com imobiliárias. Os agentes poderão oferecer o crédito e recolher os dados dos interessados. Os documentos serão submetidos à instituição financeira no sistema do próprio banco ou cooperativa. "Se aprovado, o crédito vai para a conta do produtor. A grande diferença para os pastinhas é que o agente terá de colocar os dados no sistema do banco", disse. Segundo o técnico, o novo sistema não trará custos adicionais ao tomador do crédito. A remuneração será paga pela instituição financeira em acordo diretamente com o agente.Todo o risco da operação, notou o técnico, recai sobre a instituição financeira que ofereceu o crédito.