Skip directly to content

Consumo de carnes no Brasil recua entre 12% e 16% nas duas últimas semanas e indústrias já começam adiar abate.

Ainda tratadas como casos isolados, unidades do MS postergam abate após dificuldade na distribuição das carnes; estoques aumentam.
Por: 
Noticias Agrícolas
08/04/2020

O isolamento da população está comprometendo o consumo de proteínas animais no mercado interno, na qual já registrou uma queda de 12% a 16% nas duas últimas semanas. As indústrias frigoríficas já estão compondo as escalas de abate com uma semana de folga e os abates que estavam agendados para essa semana foram postergados. 

De acordo com o Analista de Mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira, os mercados de commodity seguem com uma incógnita de quando tudo isso vai acabar. “Uma retração no consumo interno diante da pandemia vai deixar as indústrias mais distantes de novos negócios, sendo que o mercado doméstico é responsável por 80% da produção”, relata. 

O Brasil ainda não tem um instituto que acompanha a demanda por alimentos, mas as operadoras de cartão de crédito e débito realizam esses levantamento. “Os dados que temos mostra um recuo de 70% no consumo de alimentos. Alguns estudos apontam que a retração na demanda pela a carne bovina está próxima de 12% a 16% nas últimas semanas”, destaca. 

No mercado do atacado, as referências desta segunda-feira (06) para o boi casado em São Paulo estão próximos R$ 12,90/kg. “Isso equivale a um animal cotado R$  193,50/@, ou seja, os frigoríficos têm condição de ofertar preços nestes valores. O problema é que não sabemos de quanto vai ser a degradação do consumo nas próximas semanas”, ressalta. 

Atualmente, o boi gordo no estado de São Paulo está cotado a R$ 190,00/@ a R$ 200,00/@, à vista. “Os valores maiores são para os animais que atendem o perfil de exportação, na qual a retomada da demanda chinesa está ajudando no escoamento da carne”, diz Junqueira.