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CNA aponta impactos da Covid-19 para o agro.

Entidade cria um grupo de estudos para acompanhar os desdobramento do mercado interno e externo.
Por: 
Portal DBO
22/03/2020

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou neste sábado, 21 de março, uma análise sobre o atual cenário impactado pela pandemia da Covid-19 para o agro. As informações sobre as principais commodities produzidas no País, mais mercado interno e externo, de acordo com a entidade, tem por objetivo garantir o abastecimento de alimentos para a população. Elas servem, também, para garantir que os produtores continuem produzindo.

No dia 11 de março a Organização Mundial da Saúde decretou Pandemia do novo coronavírus. Desde estão os estados e o governo federal têm adotado medidas emergenciais para conter a disseminação da doença no País.

Para monitorar a crise que vem sendo provocada pelo coronavírus, a CNA criou um grupo de monitoramento de cenários. Confira:

Produtos

Para as principais commodities agrícolas, como soja, milho e café, houve queda nos preços internacionais. No entanto, em função da alta do dólar, os preços reais não foram impactados. Para o setor sucroenergético e o algodão, o maior problema foi a guerra do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita, que derrubou os preços nestes setores.

Boi gordo

O mercado do boi gordo iniciou a semana com pressão dos frigoríficos, reduzindo os valores ofertados em relação à semana anterior. Mas por falta de negócios na segunda, o indicador Cepea se manteve estável.

Ao longo da semana , poucas negociações ocorreram, derrubando a cotação. Com isso, a escala dos frigoríficos foi reduzida, forçando a elevação dos preços na quinta e na sexta.

Os três maiores frigoríficos anunciaram férias coletivas em alguma das suas unidades, fator que deverá pressionar a cotação na semana que vem, data que as plantas efetivamente irão interromper suas atividades.

Aves e suínos

Ao contrário dos frigoríficos de bovinos, as plantas de aves e suínos garantiram que não vão interromper sua produção. Mas a queda no food service preocupa. As empresas já sentiram queda de 10 a 15% nos pedidos. Por outro lado, os pedidos das redes de atacado e varejo aumentaram. Na parte da exportação, a falta de contêineres tem dificultado as vendas de proteínas animais.

Aquicultura

A queda no consumo do food service preocupa a cadeia da aquicultura. A comercialização de camarão, por exemplo, teve queda de 80%, mas aumentou 20% nas vendas no varejo.

Frutas

A demanda por frutas e hortaliças nos supermercados cresceu de 20% a 30% nos primeiros dias de intensificação da pandemia. A comercialização no varejo representa em torno de 53% das movimentações desses produtos. Por outro lado, a procura em redes de fast food, bares e restaurante caiu drasticamente. Com a ordem de fechamento em grandes cidades, espera-se que demanda recue a níveis nunca vivenciados pelo setor.

Flores

A intensificação da crise poderá colocar em xeque o desempenho do setor. No caso das flores de vaso, comercializadas principalmente nos supermercados, houve redução de 50% na demanda. No caso das flores de corte, a redução já supera 70% devido à proibição massiva de grandes eventos, redução da circulação e mesmo pela alteração momentânea do padrão de consumo das famílias, que passam a priorizar bens básicos em momentos de crise.